Ontem, 09 de Janeiro de 2021, uma data que viverá na infâmia, a liberdade de expressão e, por conseguinte, toda a liberdade humana e democrática mundial, foi duramente atacada pelas BigTechs, o império das grandes corporações de tecnologia do Vale do Silício (Facebook, Google, Apple, YouTube, Twitter, Instagram, Amazon e outras): em um movimento uníssono planejado elas censuraram o presidente dos Estados Unidos e de milhares de personalidades e sites conservadores e liberais importantes.
Além disso as BigTechs estão ativamente expulsando de suas plataformas quaisquer alternativas conservadoras e liberais, como o ataque absurdo contra o Parler (concorrente do Twitter). A Apple e o Google chegaram ao cúmulo de notificar a Parler que caso a mesma não implementasse “mecanismos de moderação de conteúdo”, um eufemismo para censura, seria expulsa da Apple Store e do Google Play. O nome para isso é chantagem. Até a Amazon, que sempre manteve uma certa distância de querelas na área política, está contribuindo para destruir o Parler: avisou que a partir do dia 10 de janeiro de 2021 irá desligar unilateralmente todos os servidores que mantém o serviço do Parler online. Isso já passa de chantagem, é um fuzilamento virtual. Tudo em nome do “bem social” ou da “proteção da comunidade”, ou contra o “discurso de ódio”. Frases abstratas e sem sentido que servem para justificar praticamente qualquer coisa. A história demonstra incansavelmente que as maiores barbáries foram praticadas em nome do bem do povo…
Esse duro e impiedoso golpe das BigTechs, com toda sua força e poder, contra a liberdade de expressão, é o mais vil e perigoso que já existiu em toda a história humana. Explico-me:
Em nenhuma outra época o poder de comunicação e disseminação instantânea da informação em nível mundial foi tão concentrado em apenas uma meia dúzia de empresas, o que as torna, sem sombra de dúvida, não mais “empresas privadas com regras que os usuários devem seguir”. Ao contrário… elas não oferecem mais simples serviços de conexão para que os usuários tenham acesso às vias de comunicação e informação, as BigTechs se tornaram as próprias vias de comunicação e informação. No limite posso dizer até que as BigTechs e suas redes sociais se tornaram a própria comunicação. Falta muita pouco para que as BigTechs, à semelhança de Luíx XIV, declarem sem nenhum pudor: “L’État c’est moi” (o Estado sou eu).
Praticamente toda a informação mundial hoje é veiculada através das BigTechs e a ínfima parte que não é veiculada diretamente pelas BigTechs depende de serviços de busca que são controlados por elas. Não há outra opção de comunicação pois as BigTechs são o meio de comunicação. Ou você está nas BigTechs ou “não existe” para o mundo. Tudo passa por elas e tudo é controlado por elas.
Nesse sentido entendo que essas empresas não podem implementar nenhum tipo de censura ou restrições à liberdade de expressão pois não há mais nenhuma alternativa: ou você publica através dela ou depende delas para ser encontrado. Elas não são empresas normais como a Padaria do Seu Joaquim ali na esquina: como são praticamente a única alternativa de comunicação disponível, elas não podem implementar mecanismos de censura.
Se as BigTechs tiverem o poder de censurar o que lhes for conveniente elas podem, insidiosamente, manipular qualquer tipo de opinião e, assim, o público. Basta censurar e suprimir qualquer opinião contrária. É um poder inimaginável nas mãos de meia dúzia de empresas. Pior ainda: nas mãos de algoritmos sofisticados que podem esconder, limitar ou censurar diariamente milhões de opiniões só por serem contrárias ao que o “ditador de plantão” achar que é correto.
É positivo que as plataformas sociais removam certos conteúdos que explicitamente são contra às Leis, fotos de pedofilia por exemplo. Mas nesse caso há uma Lei que define claramente a regra do jogo.
Mas não é mais lícito que as plataformas sociais removam conteúdos só porque não concordam com o que está sendo dito. Vou dar um exemlo: se eu achar que mulheres trans não devem competir com mulheres biológicas, pelas óbvias vantagens fisiológicas, eu preciso ter a liberdade para expressar essa opinião nessas plataformas pois, como já expliquei, elas são a comunicação. Se as BigTechs asumem uma postura pró mulheres trans nos esportes femininos e censuram opiniões contrárias com alegações genéricas (como “discurso de ódio” ou “proteção da comunidade”), estão simplesmente censurando e realizando um fuzilamento virtual de milhares de pessoas por “crime de pensamento”. Típico de regimes totalitaristas.
Orwell estava correto ao antecipar o “Big Brother”, só errou no ator: ele achava que o poder ilimitado estaria com o Estado; está nas mãos de meia dúzia de malucos no Vale do Silício.
Parabéns! Futuro sombrio e preocupante para o mundo todo!
O capitalismo em derrocada e o totalitarismo comunista em alta! Socorro